segunda-feira, 30 de junho de 2008

"Ser Humano"


O dia amanhecia como de costume, sol morno e aconchegante.
Levantar era tarefa fácil.
Estava disposto.
Não ficava planejando o que fazer no dia.
Deixava acontecer...
De repente recordou que de algo que chamara sua atenção no dia anterior.
Era de alguém que havia largado tudo para seguir um ideal de vida.
Deixou a namorada, trabalho, casa dos pais e amigos.
Havia um altruísmo imenso em suas falas.
Inegavelmente era um lutador.
Deixou tudo pra cuidar das pessoas necessitadas.
Doava sua vida aos que precisam de ajuda.
Enquanto escutava àquela história de vida, ele não conseguia deixar de se sentir entusiasmado.
Como sempre aprendia com as pessoas.
Com certeza aquele rapaz tinha muito a ensinar.
Sentia-se ligado ao material de uma forma doentia ao ouvir tais histórias.
Pessoas que não se importavam em consumir, somente em ajudar.
Ele admirava o desapego material.
Não acreditava que pudesse viver daquela forma.
Seus problemas pessoais pareciam descabidos diante das histórias daquele, cuja vida estava entregue a caridade.
Realmente aquela cena o fez crer que ele pode sim, fazer algo pelas pessoas.
Não precisava ir a tanto e largar tudo, mas poderia doar algo, ou o seu tempo aos que precisam.
Resolveu ir pelo menos uma vez na semana lá ajudar nos cuidados com o próximo.
Gastava tanto com pouco e poderia fazer de pouco, muito para os outros.
Sim, não havia se tornado a melhor das pessoas, mas estava pelo menos tentando melhorar para si e para os outros.
Queria ser cada vez mais humano.
As relações sociais em uma cidade grande tornam as pessoas egoístas.
Lembrou que reclama de coisas banais, e que as mesmas poderiam tirar a sua razão e alegria.
Ouviu que podia fazer algo.
E que aquele algo poderia fazer a diferença.
Como a historia onde ele seria apenas uma gota no oceano, mas sem aquela gota o oceano seria menor.
Estava realmente tocado.
Há muito não se emocionava daquela forma.
Queria poder fazer mais pelos outros.
A mudança começava consigo.
Em seu íntimo.
Todos podem fazer mais.
Mas nem ao menos se lembram disso.
O fato era que nem sempre lembrava que podia ajudar a alguém.
Pecado de muitos.
Olhar o próximo com olhos menos inquisidores.
Sem julgar.
Sentia realmente um anseio de ajudar.
Lembrou que ao ver a felicidade nos olhos de alguém, sentia-se engrandecido.
Lembrou que ajudar causava uma felicidade imensa.
Estava se sentindo bem ali.
Onde poderia fazer algo, sem esperar nada em troca.
E que tais atitudes casuavam as melhores sensações.
Estava se sentindo mais "humano".
De repende lembrou que o "outro" era seu semelhante.
Que odiar, era a mesma coisa que se omitir ao próximo.
E que não odiava ninguém.
Que todo mundo possa lembrar da historinha da gotinha do oceano.
Porque cada um pode fazer a diferença.
Uma diferença que pode fazer o oceano maior.
E um mundo melhor.



..: A historinha acima citada foi uma das muitas que Madre Tereza de Calcutá contou nos seus muitos anos de dedicação ao próximo.

2 comentários:

Hérlon Fernandes disse...

É, amigo, o mundo seria bem diferente se entendêssemos o próximo como extensão nossa. Tempos difícies estes... Estamos mais centrados no "ter" em detrimento do "ser".

Rodrigo Oliveira disse...

É aquela parte do mundo em que não vivemos e que de repente, nos deparamos. Um choque que pode nos fazer mudar conceitos e atitudes. Ele teve a sensibilidade de perceber que poderia ser aquela gota. Torna-se necessário a partir deste momento. Que o imitemos!

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