Ele a viu passar e não imaginava que ela seria sua "mudança".
Muitas coisas mudaram desde então.
Muitos conceitos mudaram.
Tornara-se observador desse mundo de uma forma crítica.
Observava as pessoas e se sentia distante do mundo em que a maioria vivia.
Antes de tudo acontecer ele vivia como as outras pessoas vivem.
Agora vive entre questões freudianas e o planejamento de algumas vidas.
Todos os dias pareciam iguais.
Uma de suas vidas pedia socorro.
A outra, calma e quietude.
Uma queria partir.
A outra queria ficar.
Ambas deveriam ter partido.
Uma delas não quer mais mudar.
E certo que algo deveria mudar em ambas.
Ambas deveriam parar de brigar.
Deveriam se entender.
A falta dela mexia com sua harmonia.
Sabia exatamente o que lhe deixava transtornado e letargico.
Não podia depender das pessoas dessa forma.
Às pessoas, daria sua alegria.
E não seu descompasso.
Sonhava com coisas descompassadas.
Dizia-se descompassos.
Todas as mudanças serão difíceis.
Mas será suportável.
Diziam-lhe para ser mais altivo.
Deveria perdir mais perdões.
Deveria afirmar mais suas colocações.
Deveria não mais dizer "acho".
Deveria "pensar que".
Pensava demais em agir.
Planejaria tudo pela última vez.
Não podia mais deixar o tempo passar.
Seus crimes já haviam sido descobertos.
Já fora condenado e solto.
Essa apatia diária era uma forma de prisão.
Libertar-se-ia dessa tortura.
Seria sua próxima missão.
Já é.
Tomem cuidado.
O melhor ainda está por vir.
Já está vindo...
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