Pôs-se a buscar em sua memória que tipo de pessoa possuía tudo aquilo.Era como se ele observasse o passado de outra pessoa.
Era uma tentativa de analisar cada objeto e o sentimento que deveria causar naquele que o possuía.
Era como se cada objeto abrisse uma tela em sua mente onde um filme antigo era exibido.
Algumas coisas despertavam emoções melancólicas.
Outras se tornaram indiferentes com o passar do tempo.
Olhar tudo aquilo o fez perceber uma indiferença com o tempo vivido.
De repente percebeu que não era tão questionador dos seus dias.
Suas leituras eram pouco mais do que o cotidiano do mundo.
Assistia apenas o que estavam a assistir.
Sentia-se levado pela nulidade de um pensamento comum que aniquilava sua percepção crítica.
Lembrou que não se deixava devanear em sentimentos que afloravam a cada respiração ofegante e por uma curiosidade, para consigo mesmo, sobre onde seria levado por seus pensamentos desmedidos.
Sentia-se mais máquina do que carne.
Sentia-se mais reprodutor de situações do que criador de seu mundo interior.
Sua fuga havia sido esquecida no canto de uma gaveta empoeirada.
Olhava aquele pedaço de papel com uma exaltação e alegria que o embevecia de sentimentos nobres sobre si mesmo.
Era um tipo de orgulho saudosista.
Não sabia descrever ao certo o que estava acontecendo.
Era como se bebesse um copo com água quando sentia bastante sede.
Sentia-se sublimado por algo alentador.
Seus devaneios epifânicos estavam esquecidos.
Estavam.
Aquele poema de segundo grau bobo e inocente o trouxe para si.
De onde nunca deveria ter saído.
Agradecimentos
Há sempre quem diga;
Que o tempo é injusto;
Porque para alguns;
O que é bom não dura muito.
Mas não se preocupe;
O tempo é sempre um bom remédio;
Porque entre outras coisas;
Serve para espantar o tédio.
Uma vez me disseram:
Quando eu estava aí me divertindo;
Nem vi o tempo passar;
Mas quando passou, me deparei sorrindo.
Sorrindo não só de alegria;
Era um misto também de saudade;
O que de alguma forma;
Também não escondia a felicidade.
Quando falei contigo, e você me lembrou;
Daqueles momentos, que viraram história;
Senti meu coração apertar;
Mas logo lembrei: foi a glória!
Talvez o tempo não seja tão injusto;
Ele nos permite mudar;
Ele nos faz pensar.
O tempo passa;
As pessoas mudam;
A vida muda;
Este é o ciclo dos acontecimentos.
Nós podemos achar que passou rápido;
Um minuto, um segundo;
Mas ele nos permitiu viver;
Para poder sorrir e também sofrer.
De algo eu não posso reclamar;
Por pelo menos um segundo;
Pude te olhar profundo;
Naquele momento, você era meu ar.
Agora penso nos momentos;
Nos quais você estava aqui;
Foi rápido, mas durou o suficiente;
Para não sair da minha mente.
Obrigado Tempo!
Um comentário:
Tava esperando vc postar de novo, deixa seu blog assim abandonado.. rsrs
Sempre bom ler seus textos amore, entendo muitas coisas que vc quer passar. "viver é melhor que entender".
O tempo cura tudo mesmo, menos a saudade que só aumenta.
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