segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Amigos

Sentia-se longe de algumas partes de si.
Sentia-se longe de pessoas que fazem parte dele.
Sente-se um tipo autônomo dependente.
Procura resolver seus problemas rotineiros sozinho.
Mas a saudade quando aperta, faz seu coração ficar pequeno.
Fica a viajar pelas lembranças dos que estão longe.
Ele está longe de sua origem.
Sente-se um cidadão do mundo.
Querendo sempre conhecer mais lugares.
No distante, encontrou pessoas de longe também.
Pessoas que nunca cruzariam seu caminho.
E que agora o ajudam a seguí-lo.
Mudar o tornou mais independente.
Mais astuto.
Mais amável.
Mais cruel.
Lembrava dos momentos de alegria.
Onde podia rir com os seus amigos.
Lembrou dos desabores que passou juntos a eles.
Eles estavam sempre próximos para ajudá-lo.
Ele procurava estar sempre próximo para ajudar.
Lembrava dos amigos que havia deixado em sua terra.
Daqueles que mesmo sem laços sanguíneos haviam se tornado a sua família.
Gostaria de celebrar cada um deles.
Pois todos foram, e ainda são importantes.
Possui amigos que nunca viu.
Olhava para o céu e agradecia por cada amizade.
Ele realmente havia sido abençoado.
Cada amizade acrescentava algo de especial ao seu ser.
Essas pessoas tão especiais o faziam ficar mais perto de sí.
Que continue sendo assim.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Adeus

Da janela de seu quarto podia avistar uma grande nuvem.
A chuva parecia ser um prenúncio de momentos reflexivos.
Decidiu sair de casa.
Sentir essa chuva de perto.
Andava de cabeça baixa e podia ver diante de seus olhos a correria das pessoas.
Enquanto uns fogem, outros vão ao encontro de alguém ou de algo.
A expressão impaciente das pessoas o fazia querer aproximar-se.
Falar-lhes que hoje elas poderiam se libertar.
Do que quisessem.
Poderiam deixar as preocupações de lado ao parar de questionar.
Ele havia decidido enfrentar por não mais querer perder tempo.
Os primeiros pingos caíam gelados e tímidos.
Olhou pra cima e pode contemplar milhões de pingos em diferentes posições caindo ao encontro da terra.
Era um lindo balé, onde nenhum dos participantes errava.
Nenhum toque.
Nenhuma discussão.
A harmonia da natureza acabara por sensibilizá-lo.
Era a hora do adeus.
Hora de dizer adeus a atrasos.
A desencontros.
Andando pela rua, percebia que olhares o perseguiam.
Sentia que lhe questionavam por andar na chuva, como se nada estivesse acontecendo.
Seu olhar buscava pessoas que fugiam da chuva ao tentar se abrigar onde pudessem.
Realmente seria a hora do adeus.
Da última saudação ao que lhe preocupava naquele dia.
De si mesmo.
Queria mais razões.
Suas escolhas erguiam paredes de dúvidas.
Escolhas sem razão.
Muito do que aconteceu não foi desejado.
Queria coisas que não acontecem.
Sonhava.
Vivia sonhando.
Como se andar na chuva resolvesse tudo.
Sentia-se melhor.
Dessa forma, havia resolvido algo.

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