terça-feira, 13 de outubro de 2009

Aquele poeminha de segundo grau.

Estava a vasculhar gavetas intocáveis por alguns anos.
Cada uma cheia de um passado ignorado e único.
Pôs-se a buscar em sua memória que tipo de pessoa possuía tudo aquilo.
Era como se ele observasse o passado de outra pessoa.
Era uma tentativa de analisar cada objeto e o sentimento que deveria causar naquele que o possuía.
Era como se cada objeto abrisse uma tela em sua mente onde um filme antigo era exibido.
Algumas coisas despertavam emoções melancólicas.
Outras se tornaram indiferentes com o passar do tempo.
Olhar tudo aquilo o fez perceber uma indiferença com o tempo vivido.
De repente percebeu que não era tão questionador dos seus dias.
Suas leituras eram pouco mais do que o cotidiano do mundo.
Assistia apenas o que estavam a assistir.
Sentia-se levado pela nulidade de um pensamento comum que aniquilava sua percepção crítica.
Lembrou que não se deixava devanear em sentimentos que afloravam a cada respiração ofegante e por uma curiosidade, para consigo mesmo, sobre onde seria levado por seus pensamentos desmedidos.
Sentia-se mais máquina do que carne.
Sentia-se mais reprodutor de situações do que criador de seu mundo interior.
Sua fuga havia sido esquecida no canto de uma gaveta empoeirada.
Olhava aquele pedaço de papel com uma exaltação e alegria que o embevecia de sentimentos nobres sobre si mesmo.
Era um tipo de orgulho saudosista.
Não sabia descrever ao certo o que estava acontecendo.
Era como se bebesse um copo com água quando sentia bastante sede.
Sentia-se sublimado por algo alentador.
Seus devaneios epifânicos estavam esquecidos.
Estavam.
Aquele poema de segundo grau bobo e inocente o trouxe para si.
De onde nunca deveria ter saído.

Agradecimentos

Há sempre quem diga;

Que o tempo é injusto;

Porque para alguns;

O que é bom não dura muito.

Mas não se preocupe;

O tempo é sempre um bom remédio;

Porque entre outras coisas;

Serve para espantar o tédio.

Uma vez me disseram:

Quando eu estava aí me divertindo;

Nem vi o tempo passar;

Mas quando passou, me deparei sorrindo.

Sorrindo não só de alegria;

Era um misto também de saudade;

O que de alguma forma;

Também não escondia a felicidade.

Quando falei contigo, e você me lembrou;

Daqueles momentos, que viraram história;

Senti meu coração apertar;

Mas logo lembrei: foi a glória!

Talvez o tempo não seja tão injusto;

Ele nos permite mudar;

Ele nos faz pensar.

O tempo passa;

As pessoas mudam;

A vida muda;

Este é o ciclo dos acontecimentos.

Nós podemos achar que passou rápido;

Um minuto, um segundo;

Mas ele nos permitiu viver;

Para poder sorrir e também sofrer.

De algo eu não posso reclamar;

Por pelo menos um segundo;

Pude te olhar profundo;

Naquele momento, você era meu ar.

Agora penso nos momentos;

Nos quais você estava aqui;

Foi rápido, mas durou o suficiente;

Para não sair da minha mente.

Obrigado Tempo!

Um comentário:

Juliana disse...

Tava esperando vc postar de novo, deixa seu blog assim abandonado.. rsrs
Sempre bom ler seus textos amore, entendo muitas coisas que vc quer passar. "viver é melhor que entender".
O tempo cura tudo mesmo, menos a saudade que só aumenta.

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